domingo, 20 de dezembro de 2009

Olho no peixe

Encontrei na internet há alguns dias um exemplo muito divertido, que a primeira vista não parece ter nem um pingo de cultura prática, mas no fundo, lá no fundo da história, percebi claramente que não tem mesmo :-) A utilização do estimadíssimo microscópio de escaneamento de elétrons (plus fotômetro): benchtop PSEM eXpress [1].



Nada menos que a análise de uma barra de agitação mais velha que eu mesmo. Eu teria proposto um bolão, já que certamente alguns dirião que o PTFE é tão inerte que a única ‘coisa’ aderida em suas paredes são partículas orgânicas difundidas no polímero, e jamais íons simples impregnando o material. Observando a barra, não resta dúvidas:



Bom, os resultados foram muito interessantes. A barra contém muitos elementos, alguns esperados, outros não. O SEM analiza pontos específicos, juntamente com o escaneamento, então em suma, temos composições para cada foto do material:



Em cada ponto em torno da barra, foram identificadas diferentes quantidades de carbono, oxigênio, alumínio, silicone, ferro, sódio, magnésio, enxofre, cloro, cálcio, zinco, flúor e até mesmo cromo! Claramente, bons anos de uso e desgaste, a superfície da barra tornou-se irregular e muitas impurezas fixaram-se nela. (o resíduo de cromo decorrente da limpeza da barra com sulfocrômica??)




Seria interessante analizar algumas barras velhas, limpas somente com aqua regia, solução piranha, sulfocrômica e etc, e outra limpa apenas com água e sabão. Quem sabe suas superfícies sejam (muito) diferentes com o tempo? Está aí um bom tema para pesquisa!


[1] http://www.aspexcorp.com/products/psem-express.html

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