domingo, 29 de novembro de 2009

1-bromo-3,5-dinitrobenzeno

m-Dinitrobenzeno (70.0g, 0.416 mol) e bromo (36.6g, 0.229 mol, 0.55 equiv) foram dissolvidos em 400ml de H2SO4 (96%). 100ml de HNO3 (96%) foi dissolvido em 100ml de H2SO4 e a solução resultante foi adicionada na mistura reacional, gota a gota, em um intervalo de 1 hora.

A mistura foi aquecida a 80°C por mais 2 horas, depois resfriada a temperatura ambiente, então despejada sobre 2kg de gelo picado. Os sólidos precipitados foram filtrados e recristalizados com álcool absoluto. Rendendo cristais amarelados, 82.2g (80%); pf 76-77°C; 1H NMR (CDCl3) 8.69 (d, J 1.9, 2H), 9.00 (d, J 1.9, 1H).

sábado, 28 de novembro de 2009

Os Cheetos e os flamingos

Por incrível que pareça, as cores vibrantes dos flamingos e dos Cheetos são ambas resultado da presença de pigmentos de um grupo de substâncias tetraterpênicas relacionadas ao caroteno: os carotenóides.

A estrutura dos carotenóides é baseada em um longo esqueleto linear de dienos conjugados. Caracterizam-se por apresentar função antioxidante, exibir cores muito bonitas e acentuadas que vão do amarelo ao vermelho, ser lipossolúveis, e essenciais como precursores da síntese da vitamina A em animais.

Cantaxantina


A cantaxantina, por exemplo, é inserida na alimentação dos flamingos em cativeiro para produzir sua cor rosa característica; na natureza, os flamingos selvagens encontram esse mesmo pigmento no seu alimento preferido: camarões de salmoura.

A cantaxantina também produz uma cor avermelhada aos alimentos. É quimicamente semelhante à zeacriptoxantina, à betaína e à criptoxantina. Todos esses corantes de tons vermelho-alaranjado estão presentes no milho e no caqui; e em menor quantidade na cenoura, abóbora e manga.
Cantaxantina

Astaxantina


A astaxantina é responsável pela cor característica das lagostas. Canários, cuja assinatura é uma cor amarela-esverdeada, pode ser transformada se eles forem alimentados com páprica, e as suas novas penas vão crescer com uma coloração vermelha-alaranjada.

Astaxantina

Se os canários podem, nós podemos também? A resposta é sim! Se você cansou de mudar somente a cor do seus cabelos, você pode tentar mudar a cor da sua pele também! Que tal a cor de uma abóbora? :-)

O composto que dá essa classe de pigmentos vegetais é chamado β-caroteno ou beta-caroteno, que quando consumido em largo excesso por humanos, a coloração da sua pele torna-se laranja! Mas em hipótese alguma tente isso em casa. Este efeito foi observado clinicamente por britânicos durante a Segunda Guerra Mundial, quando em casos específicos, a falta na diversificação de alimentos levou algumas pessoas a comer apenas cenouras durante semanas, por exemplo.

Bixina

E se você pensou que a cor forte e acentuada dos salgadinhos Cheetos e afins, ocorre devido a presença de substâncias artificiais -- pensou errado! A bixina é um pigmento natural utilizado por séculos, e provém de fontes vegetais (e.g. presente no urucum).

Como todos notamos, um dos atributos mais importantes na comercialização de alimentos é o impacto visual causado pela cor. E entre os corantes naturais, o nosso urucum é o mais usado pela indústria brasileira. Do total de sementes de urucum industrializada no Brasil, 25% são utilizados na preparação dos extratos e o restante é empregado na fabricação do colorífico, consumido no mercado interno para o preparo doméstico de alimentos.


Bixina


Referências Bibliográficas

[1] http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/marco2007/ju352pag2a.html
[2] http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-20612001000300010
[3] HSIEH, Y.P.; KAREL, M. Rapid extraction and determination of a- and b-carotenes in foods. J. Chromatogr., v. 259, p. 515-518, 1983.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Aprisionar o CO2 em rochas?

Uma rocha encontrada principalmente em Omã pode ser usada para reter dióxido de carbono, o que consequentemente reduziria o nivel global de emissão desse gás, segundo cientistas americanos.

Quando o dióxido de carbono entra em contato com a rocha peridotita (composta principalmente de minerais como: silicatos, olivina e piroxênio), o gás reage para formar carbonatos sólidos, como a calcita

O geólogo Peter Kelemen e o geoquímico Juerg Matter disseram que esse processo natural pode ser amplificado artificialmente em 1 milhão de vezes para que minérios subterrâneos possam acumular permanentemente pelo menos 2 bilhões das 30 bilhões de toneladas de dióxido de carbono emitidas anualmente pela humanidade. Esse processo artificial consiste em aquecer as rochas e forçar o CO2 a penetrá-las atravéz de buracos perfurados.

Peridotita pode possuir a habilidade de capturar bilhões de toneladas de CO2 por ano.

O geólogo Peter Kelemen e o geoquímico Juerg Matter disseram que esse processo natural pode ser amplificado artificialmente em 1 milhão de vezes para que minérios subterrâneos possam acumular permanentemente pelo menos 2 bilhões das 30 bilhões de toneladas de dióxido de carbono emitidas anualmente pela humanidade. Esse processo artificial consiste em aquecer as rochas e forçar o CO2 a penetrá-las atravéz de buracos perfurados.

A idéia de sequestar o CO2 na forma de carbonatos dentro de rochas não é exatamente nova. Mas o processo natural de captura é lento, e a maioria dos processos demandam muita energia para extrair estes minerais e espalhá-los na superfície. Então o novo processo de Kelemen e Matter sugere que a peridotita pode ser deixada exatamente onde está, sendo necessário pré-aquecer a rocha e injetar CO2 puro ou na forma de um fluído rico em CO2. Desde que a reação entre os silicatos e o CO2 para formar os carbonatos é exotérmica, este calor liberado mantém a temperatura ótima de 200°C, maximizando a taxa da reação.

Uma segunda abordagem é utilizando técnicas da indústria petroquímica que consiste em perfurar dois buracos profundos em formações rochosas em águas oceânicas baixas, e criar uma fissura subterrânea entre eles. Como a temperatura aumenta gradativamente com a profundidade, em 5km a temperatura deve atingir cerca de 100°C, a água oceânica contendo CO2 seria bombada por dos buracos e uma vez que alcance o fundo, a reação exotérmica irá sustentar as altas temperaturas necessárias para conduzir o processo. A água aquecida acabaria por encontrar um caminho entre as fraturas para chegar ao segundo buraco, e subir até a superfície através da convecção.

O estudo será publicado na próxima edição da revista Proceedings, da Academia de Ciências Naturais dos EUA. Seus autores são ligados ao Observatório Geológico Lamont-Doherty, da Universidade Columbia, em Nova York.

A peridotita é a rocha mais comum do manto terrestre, a camada diretamente abaixo da crosta. Ela também aparece na superfície, particularmente em Omã (Península da Arábia), país convenientemente próximo de uma região que emite quantidades substanciais de dióxido de carbono na produção de combustíveis fósseis.

"Estar perto de toda aquela infra-estrutura do gás e petróleo não é uma coisa ruim", disse Matter em entrevista.

Os cientistas também calcularam o custo de extração da rocha e de seu transporte até usinas poluidoras. Concluíram que, ao menos por enquanto, o processo seria caro demais.

Na experiência-piloto, para a qual há uma patente preliminar, os pesquisadores injetaram água quente contendo CO2 pressurizado dentro da peridotita.

Segundo eles, de 4 a 5 bilhões de toneladas de CO2 poderiam ser armazenadas por ano na peridotita de Omã e arredores, caso seja usada paralelamente uma técnica desenvolvida por Klaus Lackner, da Universidade Columbia, que usa "árvores" sintéticas para extrair o carbono do ar.

Ambas as tecnologias ainda precisam ser mais desenvolvidas antes de chegarem a um estágio comercial.

A peridotita também ocorre nas ilhas de Papua-Nova Guiné e Nova Caledônia (Oceania), na costa do mar Adriático e, em quantidades menores, na Califórnia.

Grandes países emissores de CO2, como EUA, China e Índia, onde não existem superfícies abundantes dessa rocha, teriam de encontrar outras formas de capturar ou reduzir as emissões.


Referências

[1] P B Kelemen and J Matter, Proc. Nat. Acad. Sci., 2008, DOI: 10.1703/pnas.0805794105

domingo, 15 de novembro de 2009

Liguem seus motores... de água

Aqui está um projeto muito interessante: pesquisadores iranianos descobriram que podem criar um vórtex em um fino filme de água simplesmente aplicando nela um campo elétrico ou eletrólise; podendo inclusive controlar sua velocidade e sua direção. O dispositivo consiste em uma célula eletrolítica quasi bidimensional, e assim que um campo elétrico externo ou a voltagem da eletrólise excede um determinado limiar, o finíssimo filme líquido formado na superfície começa a rotacionar.

O efeito descrito recentemente em uma pré-publicação, funciona bem o suficiente com água pura - mas adicione um pouco de glicerina e um pouco de detergente e o filme nanométrico pode girar por vários minutos antes de 'romper-se'. Além disso, este motor trabalha perfeitamente em ambas as correntes: alternada e contínua.


O vídeo mostra a rotação do finíssimo filme superficial sob um campo
elétrico variado e/ou eletrólise com voltagem variada.


Embora seja improvável que tal motor líquido mova o seu carro brevemente, os pesquisadores dizem que o efeito é útil para misturar fluídos em aplicações industriais ou no estudo da turbulência em duas dimensões.

Referências

[1] http://arxiv.org/abs/0805.0490
[2] http://softmatter.cscm.ir/FilmMotor/

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