sexta-feira, 7 de novembro de 2008

CSI mais próximo da realidade

Na investigação forense, estabelecer a hora da morte é uma peça importantíssima para ajudar a resolver todo o quebra-cabeças. Agora, um novo método estatístico baseado em medidas espectroscópicas, permite que os investigadores determinem a hora da morte a partir de restos de ossos mais rapidamente e muito mais precisamente do que antes, de acordo com pesquisadores da Universidade de Baylor, no Texas.

Uma vez que a carne tenha apodrecido, o esqueleto permanece, mas há poucas técnicas que os cientistas forenses podem recorrer para determinar o intervalo post mortem precisamente; e além disso, em lugares quentes e úmidos a esqueletização ocorre mais rapidamente.

A equipe chefiada por Kenneth Busch, co-diretor do Centro de Espectroscopia Analítica, explica que os ossos perdem água e as proteínas internas decompõe-se em seus aminoácidos constituintes. Os pesquisadores rastrearam essas mudanças usando espectroscopia e então aplicaram um modelo estatístico, para correlacionar o espectro com o intervalo post mortem. Seus testes laboratoriais mostraram uma taxa de erro abaixo de quatro dias para ossos com até 90 dias.

"Em condições ideais no laboratório, o método parece ser muito encorajador," explica Busch. "Uma vez que um modelo de regressão é construído a partir da data espectral, você poderia encontrar a idade dos ossos em questão de minutos, ao invés de levar horas ou dias."

Os pesquisadores usaram 28 diferentes ossos de porco que tinham até 90 dias (porcos são frequentemente usados nos estudos forenses porque possuem grande similaridade com humanos) e usaram espectroscopia de reflectância difusa para obter a hora da morte. Esta técnica é muito sensitiva para o teor de proteínas e umidade; além disso, o que é muito bem vindo quando estamos lidando com provas criminais importantes, esta técnica não é destrutiva.

Os pesquisadores descobriram que o espectro de reflectância difusa (e também espectroscopia de emissão e absorção de UV na faixa visível) não seguiu uma linha reta padrão para a idade dos ossos. Então eles segmentaram os dados em três conjuntos, nos quais foram usados para construir três modelos estatísticos para o processo de datação dos ossos. Eles descobriram que esta aproximação poderia reduzir o erro de predição adicionalmente comparado com o modelo original de 90 dias. A combinação de duas aproximações - um modelo de análise discriminante seguida por um modelo de regressão segmentada - deu resultados ótimos.


Referências

[1] http://www.baylor.edu/chemistry/index.php?id=7255
[2] https://facss.org/contentmgr/showdetails.php/id/32933
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